Educar a sexualidade...
É pena que muitos limitem a educação sexual à informação sobre o funcionamento da fisiologia ou da higiene da sexualidade. São coisas inquestionavelmente necessárias, mas não são as mais importantes e, acima de tudo, são coisas que hoje quase todos já sabem de sobra.
Em contrapartida, o autodomínio do apetite sexual e, por conseguinte, da imaginação, do desejo, do olhar, é uma parte fundamental da educação da sexualidade a que poucos dão a importância devida.
- E por que razão lhe você dá tanta importância?
Se não se conseguir essa educação dos impulsos, a sexualidade, como qualquer outro apetite corporal, atuará a nível simplesmente biológico, e então será facilmente presa do egoísmo típico de uma apetência corporal não educada. A sexualidade expressar-se-á de forma parecida a como bebe e come ou se expressa uma pessoa que quase não recebeu educação.
Necessitamos de um olhar e de uma imaginação treinados para considerarmos as pessoas enquanto tais e não como objetos de apetite sexual. Por isso, quando na infância ou na adolescência se introduzem as pessoas num ambiente de freqüente incitação sexual, comete-se um grave dano contra a afetividade dessas pessoas, um atentado contra a sua inocência e a sua boa fé.
Observação:
Quando o prazer e o amor se unem em entrega mútua, então é possível alcançar um alto grau de felicidade e prazer. Em contrapartida - como escreveu Mikel Gotzon Santamaria - quando se prima pela busca do simples prazer físico, esse prazer tende a converter-se em algo momentâneo e fugidio, que deixa um rasto de insatisfação. Porque a satisfação sexual é na realidade apenas uma parte, e talvez a mais pequena, da alegria da entrega sexual de alma e corpo própria da entrega total do amor conjugal.
- Mas, nem sempre é fácil distinguir o que é carinho do que é fome de prazer.
Às vezes é muito claro. Outras, nem tanto. Em qualquer caso, na medida em que se reduza a simples fome de prazer, está-se a usar a outra pessoa. E isso não pode ser bom para nenhum dos dois.
Quando se usa a outra pessoa, não a amamos, nem sequer a respeitamos, porque se utiliza e se rebaixa a sua intimidade pessoal.
O terreno sexual oferece, mais do que outros, ocasiões para se servir das pessoas como se fossem um objeto, ainda que seja inconscientemente. A dimensão sexual do amor faz com que este possa inclinar-se com certa facilidade para a busca do prazer em si mesmo, uma utilização que sempre rebaixa a pessoa, pois afeta a sua mais profunda intimidade.
Sendo o sexo expressão da nossa capacidade de amar, toda a referência sexual chega até ao mais fundo, ao núcleo mais íntimo, e implica a totalidade da pessoa. E, precisamente por possuir tão grande valor e dignidade, a sua corrupção é particularmente corrosiva.
Cada um faz do seu amor o que faz da sua sexualidade.
(Achei muito interessante este texto e exponho à vocês...Afinal é um pouco do que eu penso também!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário